Não estávamos entusiasmadas, porque a vida não nos tem corrido da melhor forma. Porque eu gosto, e muito, do H. e não tenho tido oportunidade de lhe mostrar isso. E porque ela sonha ainda que o J. vai ser dela. Ouvimos música em silêncio, e as únicas palavras proferidas foram de lamento, de tristeza. Atravessámos Oeiras, e eu não percebo a razão, mas amo Oeiras (se fizer um esforço até percebo). Não tiro os olhos da praia, a praia que poderia ter sido um dia nossa. Uma música alegre percorria o espaço colorido e cheio de energia. No telemóvel estavas tu, gritante por uma resposta a uma mensagem que não vi a tempo. Desculpa, queria imenso estar contigo. Sentámo-nos, ausentes. Senti um vazio no peito - só mais um. Ao menos isso. O fumo do tabaco asfixiava-me. Saímos vitoriosas mas com o coração desfeito. Rimos à gargalhada, escondemos o que a alma queria mostrar, sentimo-nos enredadas pelo pó da sorte, e no entanto, desiludidas, adormecemos a pensar nas pessoas que não nos deixam dormir.


P.S. Amo-te, tanto. E quero dizer-te ao ouvido. E ainda mais, quero que também me digas.

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