Beatriz se calhar é uma mulher como eu, que anda constantemente num fio de arame muito frágil. (Eu sei que estou sempre a falar em arames de equilibrista, mas adoro esta metáfora.) Beatriz acende velas ao fim do dia, fuma cigarros na varanda, numa perfeita solidão. Ela pensa em mil e uma coisas, imagina reencontros com pessoas que já não fazem sentido e que passaram, literalmente, à história, pensa nas pessoas que vivem nos apartamentos do prédio em frente, e queria muito que tudo fosse mais fácil. Beatriz desilude-se com as pessoas que não são verdadeiramente cheias, que trocam o difícil pelo cómodo. Beatriz queria poder ensinar-lhes isso. Mas não é capaz. É uma tarefa bem impossível.

1 comentário:

Anónimo disse...

E não somos todas um pouco de Beatrizes....?

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