R. envolveu-se com um homem que só queria dormir algumas noites com ela. O plano dele era ligar-lhe de vez em quando (sempre a altas horas da noite) e convencê-la a deixá-lo ir buscá-la a casa e irem para a dele. O quarto dele era um terraço gigante muito bonito. Ela, como era arquitecta, apaixonou-se mais por aquele espaço que por outra coisa. O ambiente era magnífico -parecia-lhe digno de honrar a frase de Baeza 'paz na terra'. Havia uma gata que se passeava por lá, a tv estava suspensa no canal hollywood em silêncio e, o facto de saber que o pai dele dormia no piso inferior, excitava-a. Depois, ele empurrava-a para a cama, tirava-lhe a roupa com rapidez e beijava-a magistralmente (o que ela mais gostava, depois do quarto, era dos beijos dele). Os olhos de R. mudavam de cor, os olhos dele não, porque ele só queria aquelas cinco horas com ela. R. nunca se enganou, ela sabia perfeitamente que aqueles beijos que ela gostava tanto e que aquele terraço lindíssimo só existiam até ao dia em que ela finalmente se sentisse usada e percebesse que ela não era mulher de sexo mas sim de amor. Esse dia não tardou, R. cerrou os dentes e nunca mais lhe respondeu às mensagens.

3 comentários:

Vanessa disse...

Lindo :)

Laio Cherolle disse...

Lindo demais!

A disse...

Tenhas vivenciado isto ou não: f*da-se(identifiquei-me). Este é, sem dúvida, dos melhores posts que fizeste.

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